Definindo e Entendendo
Uma precisa e preciosa definição acerca do Samba de Roda foi feita pelo músico e cientista social Carlos Sandroni, no CD produzido para a candidatura do Samba de Roda, para o título de Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. Sandroni assim escreveu à época:
O Samba de Roda baiano é uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva das mais importantes da cultura brasileira.
De fato, no Samba de Roda, música, dança, poesia e festa se fundem.
Essa fusão, aliás, é característica da música africana, a matriz principal de onde o Samba de Roda do Recôncavo Baiano tem sua origem mais patente. Nas músicas de matriz africana, existe uma forte unidade entre batucar, cantar e dançar. Christopher Small estudou o “fazer musical” africano e a esse conceito nomeou musicking:
Assim, é comum, nas culturas de matriz africana, a música incluir, como parte indissociável sua, a dança. Tamanha é associação, que sequer há um termo para cada uma das atividades, nos vários idiomas africanos. Interessantemente, é o que ocorre no Samba de Roda do Recôncavo Baiano: “Samba de Roda” é um termo que inclui música (“no samba, há muitos instrumentos de percussão”, dança (“as mulheres sambam, na roda”, grupos de samba (“Em Cachoeira, tem o samba de Dona Dalva”), evento (“No domingo tem samba, na Casa de Mestre Celino”). Tudo é samba. Tudo samba.
Porém, ainda que os elementos do samba sejam indissociáveis, vale dividir o indivisível, a fim de um leigo conhecer o samba – e se encantar ainda mais por ele.
Vamos, nos próximos links, conhecer os instrumentos, o ritmo, a melodia/harmonia, as letras, a dança, as vestimentas, a dinâmica e os complexos códigos a serem seguidos pelos participantes do samba, na roda.
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